As pessoas têm procurado cada vez mais desenvolver o autocuidado, buscando formas de manter a mente e o corpo saudáveis. As terapias integrativas, holísticas, contemplam essa expectativa, pois se propõem a estabelecer o bem-estar a partir do equilíbrio físico, emocional e espiritual do ser. A aromaterapia é uma delas. Mas você sabia que esse tratamento também traz benefícios aos animais de estimação?
Isso mesmo! A medicina veterinária se aproxima muito da humana, visto que há diversos recursos terapêuticos comuns às duas áreas, como a hidroterapia. Isso não é algo notadamente surpreendente, concorda? Afinal, somos todos animais e compartilhamos inúmeras características biológicas.
Pensando nisso, elaboramos este artigo especial para esclarecer suas dúvidas sobre aromaterapia e como ela pode ser usada para melhorar a qualidade de vida do seu pet. Uma ótima leitura para você!
O que é aromaterapia e como funciona?
A aromaterapia é a ciência que tem como base investigar as propriedades medicinais das substâncias químicas voláteis sintetizadas pelas plantas. Esses compostos são chamados de óleos essenciais (OE) e fazem parte da cultura de sociedades milenares, constituindo perfumes e incensos e entrando em rituais de cura espiritual na Grécia, na Índia, no Egito e na China.
Porém quem cunhou o termo aromaterapia foi o químico francês René-Maurice Gattefossé, em 1937, depois de observar as propriedades da lavanda, isolar as moléculas aromáticas e explorar todo o seu potencial terapêutico. A partir de então, essa ciência se desenvolveu no Ocidente, ao passo que se separava da fitoterapia.
Hoje, sabemos que os nervos cranianos transportam essas substâncias aromáticas até o bulbo olfativo, região do cérebro que nos ajuda a processar os inúmeros cheiros que nos cercam. Por sua vez, o bulbo olfativo é constituinte do sistema límbico — o centro responsável pelas emoções e pelos comportamentos sociais.
É ele que integra as informações sensitivo-sensoriais com o nosso estado psíquico e é onde será atribuído um conteúdo afetivo aos estímulos que recebemos. Assim, determinadas fragrâncias são capazes de provocar reações e comportamentos no organismo, dependendo da mensagem que elas passam para os receptores neurais.
Acontece que esse sistema está presente no cérebro de todos os mamíferos — sim, incluindo o peludo que está aí ao seu lado! Então, a aromaterapia pode ser utilizada para sinalizar o corpo a impulsionar o sistema imunológico, por exemplo, complementando tratamentos.
Como você bem sabe, gatos e cachorros (bem como inúmeras outras espécies de animais) são seres sencientes, isto é, têm a capacidade de experienciar emoções. Dessa forma, os óleos essenciais também influenciam no comportamento e nas reações dos peludos.
As formas de aplicação dos óleos essenciais
As essências podem ser utilizadas das seguintes formas nos animais de estimação:
- inalação (aplicando o produto no ambiente ou por meio de um difusor);
- banho aromático (introduzindo o produto na hora do banho);
- aplicação tópica (por meio de massagens com o óleo essencial).
Quais são os benefícios da aromaterapia para os animais?
A aromaterapia é considerada benéfica em muitos níveis. Quando se trata de pets, uma das principais vantagens é o fato de que o uso dos óleos essenciais não é agressivo nem invasivo, não sendo necessário aplicar injeções, tampouco tirar o animal do ambiente a que está acostumado.
As essências podem ser uma complementação a um tratamento específico ou, muitas vezes, substituem outras formas medicamentosas. Além das particularidades que citamos há pouco sobre a sua influência nas emoções e no comportamento, as substâncias aromáticas também têm propriedades antissépticas, antimicrobianas e desintoxicantes.
Então, a aromaterapia auxilia a tratar problemas emocionais, bem como físicos nos animais de estimação. Entre os benefícios, podemos destacar:
- reduz a irritação e a coceira provocada por pulgas;
- atua como repelente de insetos e carrapatos, protegendo-os das pragas;
- auxilia tratamentos de pele;
- melhora a pelagem;
- diminui o estresse, a irritabilidade, a depressão e a ansiedade.
Quando a aromaterapia é indicada para os animais de estimação?
Perceba que a ideia da aromaterapia é considerar o universo e o animal como uma unidade harmoniosa. Da mesma forma, leva-se em conta que mente e corpo são indissociáveis, e que, quando a mente e as emoções não estão em equilíbrio, o corpo padece, manifestando doenças e distúrbios diversos.
Assim, essa terapêutica tem uma ampla gama de aplicações, que buscam melhorar o bem-estar dos animais. Por exemplo:
- ansiedade da separação (se o pet fica triste ou agitado quando o tutor sai de casa ou viaja);
- medo de pessoas e outros animais, bem como de fogos de artifício, trovões etc.;
- latidos em excesso;
- estresse;
- depressão;
- agitação;
- dermatite psicogênica (com origem psíquica);
- automutilação;
- enjoos e vômitos;
- adestramento;
- cio doloroso;
- excesso de vocalizações;
- coceiras;
- controle de ectoparasitas;
- coprofagia (quando os animais comem fezes).
Além disso, como mencionamos, a aromaterapia pode ser um complemento para os animais que estão passando por um tratamento prolongado, que exijam repouso. Para aqueles que se recuperam de cirurgias ortopédicas, por exemplo, os óleos essenciais os auxiliam a relaxar para que atravessem melhor o período pós-operatório.
Quais são os cuidados na hora de tratar pets com aromaterapia?
Imaginamos que você deva estar bem animado para ver os benefícios dessa terapêutica no seu peludo, não é mesmo? Porém, antes de falarmos sobre os cuidados para tratar os pets com aromaterapia, precisamos conversar mais um pouquinho sobre as características biológicas dos nossos peludos. Está lembrado que os animais têm o olfato muito, mas muito mais desenvolvido do que os seres humanos?
Pois é, essa é uma das razões que fazem esse tipo de tratamento ter um efeito mais rápido neles do que nas pessoas. Só que isso significa que eles também são mais sensíveis às substâncias aromáticas.
Para você ter uma ideia, as ramificações dos nervos olfativos de um cachorro ocupam 175 cm2 da sua cavidade nasal, enquanto no ser humano, essa área é de 5 cm2. Além disso, eles têm aproximadamente 220 milhões de células especializadas, e nós, cerca de cinco milhões.
Os bichanos têm menos células olfativas (perto de 67 milhões), mas não ficam para trás na sensibilidade, tendo um sentido bastante apurado. Some a isso a presença do órgão vomeronasal, ou órgão de Jacobson, que capta odores e dá aos felinos a habilidade de sentir o gosto das fragrâncias, a partir das suas partículas gasosas.
Inclusive, a gente consegue enxergar essa estrutura a olho nu! É uma região circular, bem pequeninha, que está localizada no céu da boca dos gatos, logo atrás dos dentes incisivos superiores. Você já reparou o seu peludo inclinando a cabeça para cima, inalando o ar e abrindo levemente a boca? Ele estava favorecendo a passagem do ar por esse órgão, explorando o ambiente.
Muito bem, agora que recordamos a alta sensibilidade do olfato dos animais, podemos falar sobre os cuidados ao tratá-los com aromaterapia. Veja só o que destacamos para você.
Preste atenção à concentração do óleo essencial
Os óleos essenciais não devem ser utilizados na sua forma concentrada nos peludos! Por serem supersensíveis devem ser (bem) diluídos antes de aplicados, para evitar intoxicar o seu pet.
Lembre-se de que os óleos também são absorvidos através da pele e que os animais provavelmente vão lamber os produtos. É fundamental que os itens sejam aprovados para os pets.
Tenha atenção à idade
Não é recomendado usar aromaterapia em animais muito jovens, de menos de 10 semanas de idade. Eles são bastante sensíveis às influências aromáticas, ao mesmo tempo que os seus sistemas estão em desenvolvimento.
Mantenha o ambiente ventilado e aberto
Ao utilizar o OE em no difusor, não deixe o seu animal preso no ambiente. Deixe ele ter a opção de sair do local quando quiser se caso ele não gostar da fragrância, principalmente no caso dos felinos. Você pode tentar fazer com que o animal volte no local onde está o difusor, incentivando-o com petiscos ou brinquedos, mas se ele não quiser ficar no local, não o obrigue.
Observe a reação do seu pet
Observe seu parceiro, veja se ele está mais irritadiço ou se ficou incomodado com o cheiro. Pode ser que alguma essência ou combinação de fragrâncias seja repulsiva demais para ele. Nesses casos, é importante buscar alternativas ou mesclar aromas mais suaves, que sejam mais agradáveis para o peludo.
Tenha cuidado extra com os gatos
Gatos têm glândulas odoríferas complexas, como você viu. Em vez de eliminarem os compostos aromáticos, o organismo dos felinos acumula essas substâncias, que podem se tornar tóxicas com o passar do tempo e a depender da quantidade de produto a que foram expostos. Então é preciso ter muita cautela para aplicar aromaterapia nos bichanos. O ideal é utilizar o OE no difusor ou utilizar um outro composto chamado hidrolato, que é um subproduto mais suave da destilação dos OE, que também possui propriedades terapêuticas.
Procure sempre orientação veterinária
É imprescindível que você aplique a aromaterapia no seu pet apenas depois de ter consultado um veterinário especialista no assunto. Primeiro, porque o profissional vai orientá-lo quanto às fragrâncias indicadas para o caso dele (bem como as não recomendadas para animais); depois, porque ele sabe de todos esses cuidados necessários sobre a aplicação e a concentração dos produtos.
Também vale lembrar que a aromaterapia é uma ciência holística complementar, não substituindo nem excluindo a visita periódica ao médico veterinário, ok? Assim, seguindo as orientações do seu veterinário de confiança, você pode aproveitar todo o potencial terapêutico dos óleos essenciais para promover a saúde e o bem-estar do seu animal de estimação!
Nosso artigo foi esclarecedor para você? Novas dúvidas surgiram? Então, entre em contato conosco para que possamos ajudá-lo!